É possível montar a seleção brasileira apenas com jogadores da Série A? Por que essa ideia não resiste à crítica

A ideia de montar a seleção brasileira apenas com jogadores que atuam no campeonato brasileiro voltou à tona nas discussões futebolísticas. Isso se tornou possível depois que o presidente Lula, em uma entrevista, propôs ao presidente da CBF que montasse uma equipe exclusivamente com jogadores locais. Essa tese encontra apoio entre os torcedores toda vez que a seleção nacional enfrenta fracassos ou críticas. No entanto, como mostram exemplos do passado e do presente, o argumento de uma equipe “puramente brasileira” tem sérias deficiências e levanta dúvidas.

Uma ideia não relacionada à geografia

Muitos torcedores associam o sucesso da seleção à presença em campo de jogadores que atuam nos principais clubes europeus. Como exemplo, podemos citar jogadores como Vinícius Júnior ou Casemiro, que jogam regularmente por suas equipes na Europa. Mas a questão não é de patriotismo ou falta de conexão com o país natal – trata-se do nível de competição e qualidade de preparação. Os jogadores nos principais clubes da Europa treinam com os melhores jogadores do mundo, o que inevitavelmente eleva seu nível. Partidas regulares na Liga dos Campeões e nos campeonatos nacionais lhes dão a experiência e habilidades que são difíceis de obter permanecendo no Brasil.

Mesmo considerando os gols de Igor Jesus e Luís Henrique, ambos do Botafogo, que marcaram pela seleção no jogo contra o Chile, isso não pode servir como argumento para uma transição completa para jogadores de campeonatos locais. O sucesso da seleção nacional depende não apenas de onde os jogadores atuam, mas também de sua prontidão para o nível internacional.

Uma lacuna de gerações, não de territórios

Se existe uma lacuna entre jogadores e torcedores, ela é mais geracional do que geográfica. Os jogadores modernos, especialmente aqueles que chegam a clubes internacionais no início de suas carreiras, tornam-se milionários em uma idade muito jovem. Com o crescimento da tecnologia e a influência das redes sociais, eles enfrentam um fluxo constante de reconhecimento e admiração, o que pode afetar sua motivação e aspirações.

Os jogadores, sejam eles atuando no Brasil ou no exterior, estão nas mesmas condições em termos de globalização do mundo do futebol. Seu estilo de vida luxuoso, participação em campanhas publicitárias e constante atenção da mídia os tornam distantes dos torcedores comuns. Nesse aspecto, não há diferença se o atleta joga no Rio de Janeiro ou em Madri.

Formação da equipe: qualidade mais importante que geografia

A formação da seleção deve ser baseada na forma atual e no nível dos jogadores, não em qual campeonato eles jogam. As principais casas de apostas, de qualquer forma, consideram a seleção brasileira como favorita em qualquer torneio – https://melhoresapostas-pt.com/. O treinador precisa reunir os melhores jogadores independentemente de sua localização, baseando-se em sua prontidão e forma atual. Alguns jogadores, por exemplo, podem ser convocados mesmo não estando em sua melhor forma devido à sua alta classe, enquanto outros, ao contrário, podem entrar na seleção no auge de suas carreiras, mesmo que esse auge dure pouco tempo.

A decisão do treinador dependerá de muitos fatores: prontidão momentânea, atitude em relação ao jogo, bem como a capacidade do jogador de se integrar à equipe. A questão da ligação geográfica não deve ser um fator fundamental, pois o sucesso na arena internacional requer a experiência obtida nos melhores campeonatos mundiais.

Interação entre jogadores – a chave para o sucesso

A seleção não se tornará mais forte se consistir apenas de jogadores de um campeonato, seja ele brasileiro ou europeu. A interação entre jogadores de diferentes escolas e níveis de preparação torna a equipe mais forte. Os gols de Igor Jesus e Luís Henrique podem servir como exemplo disso. Seus sucessos nos jogos pela seleção ocorreram graças à interação com parceiros de clubes europeus. O passe de Ederson do Manchester City para Marcelo do Arsenal, que por sua vez jogou para Bruno Guimarães do Newcastle, levou a que os jogadores do Botafogo finalizassem a combinação e marcassem o gol.

Este exemplo enfatiza que o sucesso da seleção depende da interação e conexão dos jogadores entre si, e não de em qual campeonato eles jogam. A equipe deve ser formada pelos melhores jogadores que podem trabalhar efetivamente juntos e alcançar resultados.

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